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O QUE EU FAÇO, COMO MULHER, PARA VIAJAR SOZINHA COM MAIS SEGURANÇA




Uma das perguntas que eu mais recebo é “Stephanie, você não tem medo de viajar sozinha, não? ”, ou então “Stephanie, não é perigoso ficar zanzando por aí sozinha? ”. Bom, a resposta não é nem SIM e nem NÃO. A resposta é DEPENDE, e eu vou explicar.

É verdade que ser mulher está cada vez mais difícil, na Europa ou no Brasil ou em qualquer lugar do mundo (e em alguns lugares é praticamente uma questão de sobrevivência diária). Por isso, quando você toma a decisão de embarcar sozinha alguns cuidados precisam ser tomados.
Eu começo sempre com a hospedagem. Viajar low cost quer dizer hospedagem barata, porque infelizmente esse é um dos maiores gastos em qualquer viagem, perdendo só para as passagens e, às vezes, nem para elas. E hospedagem barata quer dizer hostel ou couchsurfing.
Couchsurfing é um modelo de hospedagem mediado por esse site, onde as pessoas abrem suas casas para receberem viajantes. Eu nunca utilizei, então não posso falar muito a respeito. Conheci meninas que utilizam muito esse tipo de hospedagem e nunca tiveram problema. Se você tiver interesse, entra no link aí de cima pra dar uma olhadinha. Mas eu, Stephanie, particularmente não sei se me sentiria tão segura.
Hostel é outra, e sempre a minha, opção. Essa modalidade é aquela onde você vai dividir quarto, banheiro e camareira vai passar longe da sua cama! Quando estou pesquisando por uma hospedagem eu sempre priorizo duas características no hostel: quarto feminino e o tamanho.
O quarto feminino pode ter um custo maior (mas não sempre!), porém você terá a garantia de estar apenas entre mulheres. Isso sempre me deu uma segurança maior, por saber que mesmo dividindo o dormitório, serão apenas meninas e eu vou ter uma liberdade maior de transitar pelo quarto, de me trocar e tudo mais.
O tamanho do hostel é importante na minha opinião. Normalmente hostels de rede e que são maiores serão mais tranquilos, a recepção será 24h (e SEMPRE opte por essa opção, mais abaixo vou contar o porquê), e eles estarão muito mais atentos a segurança do que hostels menores. Porém, tomem nota de que eles provavelmente custarão um pouco mais caro. Mas, se eu estou sozinha, prefiro não economizar tanto nesse sentido.

NUNCA, JAMAIS, DE MANEIRA ALGUMA divida táxi ou uber com alguém. Não é incomum você chegar em estações de trem ou aeroportos e ver uma galera pedindo pra dividir o táxi com você pra diminuir o custo. Pode ser que a pessoa seja gente boa, mas pode ser que ela não seja. Pelo sim ou pelo não, não vá. Se por algum motivo você precisar desse tipo de transporte, pague mais mas vá sozinho. E essa dica está diretamente ligada com a próxima.

Eu sempre planejo os meus deslocamentos (chegadas e partidas) em horários estratégicos. Se eu posso chegar de dia, por que vou chegar de noite? As vezes não existe a possibilidade daquele voo chegar mais cedo, ok. Mas se existir, chegue antes. É melhor pegar transporte público do que um táxi, primeiro porque será mais barato e segundo porque será mais seguro (pelo menos por onde eu já passei, o transporte público sempre foi seguro e eficiente).

Lembra daquela dica da sua mãe “não aceite doce de estranhos”? Então, NÃO ACEITE COISAS DE ESTRANHOS. “Nossa, você está viajando sozinha? Vem cá, te pago uma bebida”, responda não. “Você está sozinha por aqui? Eu e meus amigos vamos sair, vem com a gente”, se esse for um grupo só de homens, responda não.

Abrindo um parêntese aqui sobre o que estou dizendo. Eu não estou generalizando a classe masculina. Eu sei que nem todo homem é babaca. Porém, quando você está viajando muita coisa se mistura: cultura, língua, costumes, jeitos. Como mulher, eu acho mais prudente e seguro decidir pelo “não” do que pelo “sim”. E por mais experiente que você seja em identificar e diferenciar pessoas boas de pessoas más, se é que existe tal habilidade, lembre-se que você não está no seu ambiente.

Tenha em mente que mesmo com todo o cuidado ninguém está imune a idiotice humana. Por isso, não tenha medo de pedir ajuda, reclamar ou tomar providências se forem necessárias. Dito isso, vou contar algo que aconteceu comigo em Berlim.
Eu estava hospedada em um hostel que não tinha quarto feminino, e por isso fiquei em um quarto misto, com uma galera muito legal. Depois de dois dias, esse pessoal foi embora e todo mundo que chegou estava junto, apenas eu não fazia parte daquela turma. Pois bem, eu cheguei as 22:00 horas um certo dia e estava todo mundo bebendo e fazendo a maior baderna dentro do quarto (o que era proibido). Eu entrei e cumprimentei todo mundo, não obtive resposta. Pedi delicadamente se eu poderia apagar a luz, porque já tinha passado do horário de barulho do hostel e aí se instalou a confusão. Um dos meninos começou a ser extremamente rude comigo, eu não levantei a voz e simplesmente ignorei. As 23h eu estava exausta e falei “vocês me desculpem, mas são 23h, eu quero dormir e vocês estão sendo completamente sem educação em relação a isso”. Esse mesmo rapaz começou a gritar e vir pra perto de mim, falando muito alto e falando umas coisas que nem os amigos dele estavam acreditando (e mesmo assim nenhum tomou uma atitude). Eu fiquei estressada e com medo, mas a recepção estava fechada e não tinha o que fazer (por isso mantenham a dica da recepção 24h em seus corações).
No dia seguinte ao ocorrido, eu fui até a recepção e exigi a mudança de quarto ou eu chamaria a polícia. A recepcionista ficou tão assustada que me mudou de quarto. Se isso acontecer com você CHAME A POLÍCIA na hora, não faça como eu e espere. Essa não é o tipo da coisa que pode ser deixada passar de maneira nenhuma. E se o hostel insistir em te deixar no mesmo quarto, chame a polícia também.

Esses foram alguns pontos que eu presto bastante atenção quando estou viajando sozinha. E se eu lembrar de mais coisa, eu venho aqui e edito pra vocês, acrescentando o que vier. E se você tiver dicas pra mim, coloca aqui embaixo nos comentários.

Até o próximo post,
Steph


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